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CRITICA DA RAZÃO PURA DE EMMANEL KANT

CRITICA DA RAZÃO PURA DE EMMANEL KANT

 

 

 

  1. 1.      CRÍTICA DA RAZÃO PURADE EMMANUEL KANT "Kritik der Reinen Vernunft"
Esta obra foi lançada no ano 1781. É obra considerada mais difícil a nível mundial devido a sua linguagem que não é clara. Nesta obra está a síntese de todo o tipo, possibilidade, e limites do conhecimento humano. Kant levou no mínimo 12 anos a reflectir e a trabalhar para esta obra. Todo este longo tempo Kant tentava colocar a obra numa linguagem simples, não imagino se o livro não tivesse durado todos esses anos para a sua elaboração, se até aqui a humanidade considera como obra muito difícil de perceber. Dizia Kant numa carta a seu amigo Moses Mendelssohn a 16 de Agosto de 1783: "linguagem simples mais que esta, o livro não deveria ter terminado ainda mais adiante diz, a clareza requer tempo mas eu não tenho tempo".[1] Nesta obra Kant omite exemplos ilustrativos porque encheriam o volume. "Exemplos são necessários para a popularidade mas a obra não é para o consumo popular".[2]Outro aspecto que leva com que o livro seja difícil de perceber deve-se à língua alemã que no tempo de Kant ainda estava em sua fase de evolução, não possuindo termos técnicos para filosofia Kant tinha que inventar tradução em alemão para latim[3]. Só o título do próprio livro é um problema sério para perceber Critica da Razão Pura, é um exame crítico e judicioso da razão enquanto independente da experiência crítica também significa julgar. "Crítica da Razão Pura é a investigação geral de possibilidades e limites da razão".[4] Esta crítica por sua vez colocou em crise toda a metafísica por má concepção dos dogmáticos.
 
1.1   ANTECEDENTES DA crÍtica da razão pura
São várias as causas que levaram Kant a aventurar-se nesta crítica: a) Exaltação pelo iluminismo francês; b) A máxima dos filósofos que defendiam que a fé deve afastar-se da razão; c) A exploração aplicada pela Igreja; d) O racionalismo dogmático de Christian Von Wolf, pregava que a razão não deve ser discriminada e pretendia atingir verdades absolutas e construir uma Metafísica a partir da razão, acreditam os racionalistas que existem ideias inatas. Graças a leitura da obra de David Hume, "Inquire Concernig the Human Undertsanding"[5](Investigação Sobre o Entendimento Humano). Kant teve uma necessidade de avaliar a Metafísica porque na verdade Kant tinha se deixado levar pelo dogmatismo de Wolf. O empirismo céptico de David Hume no que diz respeito a critica da noção de causalidade torna incerto o racionalismo dogmático, que a razão é capaz de pensar numa situação antes da experiencia; É através desta crítica de Hume que Kant desperta, "Hume pôs fim a meu entorpecimento dogmático, dando uma direcção totalmente diversa às minhas inquirições no campo da filosofia especulativa."[6] Os cépticos negando a metafísica cometem um erro, colocando-se indiferente por um objecto que não pode ser indiferente à natureza humana. "O homem nunca deixará de reformular perguntas sobre: Deus, Alma, Mundo."[7]Kant se pergunta, porque a metafísica não apresenta o mesmo grau de certeza que a lógica, matemática e física? Enquanto este tem máxima certeza na razão as suas perguntas só caem em uma só resposta. Kant pretende fazer uma reabilitação da filosofia e defender a razão contra o cepticismo, mas ele não inventa nenhum novo problema metafísico; mas irá atacar a razão pela raiz querendo saber as possibilidades que a própria razão tem, o que a razão pode e deve saber.
  1. 2.      ESTÉTICA TRANSCENDENTAL
Trata das formas a priori da sensibilidade e responde à pergunta: como são possíveis os juízos sintéticos na matemática?
"Ao torno deste tema Kant nos trás termos da filosofia antiga sensível (aisthétá) inteligível (noètá).
 Sensibilidade do grego (aisthèsis), daí surge a palavra estética que é a faculdade da intuição.
Entendimento do grego (logos) daí surge a palavra lógica que é a capacidade de conceitos.
Intuição deve recorrer-se sempre ao vocábulo latino «intuiri» que significa ver. Sendo assim a intuição é a visão directa e imediata de um objecto de pensamento actualmente presente no espírito e aprendido em sua realidade individual."[8] A faculdade de intuição será a sensibilidade ou a capacidade de receber representações para impressões, neste caso há somente no homem intuições sensíveis e não intelectuais, "É por meio da sensibilidade que os objectos nos são dados, e só ela mos fornece intuições."[9]
O entendimento, mente ou razão só podem pensar objectos fornecidos pela sensibilidade. O ponto de partida do conhecimento é a sensação, a impressão produzida por um objecto na sensibilidade.
A intuição que relaciona a seu objecto por intermédio da sensação chama-se intuição empírica e o seu objecto chama-se fenómeno que é igual a matéria. Existem duas formas puras da intuição sensível como princípios do conhecimento a priori que são o espaço e o tempo.
2.1  Espaço
Kant afirma que o espaço não pode ser um conceito formado a partir da experiência exterior, porque para que um objecto esteja no espaço deve estar diferente donde me encontro, "o espaço não é um conceito empírico derivado de experiências exteriores."[10]
O espaço é a priori, porque a sua representação garante a condição dos fenómenos. Pode se conceber espaço sem objecto mas não objecto sem espaço. "O espaço é uma representação necessária a priori que serve de fundamento a todas intuições exteriores."[11] O espaço é uno, porque só é possível representar um único espaço, aquilo que chamamos, muitos espaços são partes do mesmo espaço, querem por si não são anteriores ao espaço único.
O espaço contem uma multiplicidade infinita de representações do carácter comum, por isso só pode ser produto de uma intuição, "o espaço é representado como uma grandeza infinita"[12]
2.2  Tempo
Ao tempo pode se fazer uma análise similar a do espaço, "o tempo não é um conceito empírico extraído de alguma experiência"[13] Ela é necessária e serve como fundamento de todas as intuições. Os fenómenos podem desaparecer mas o tempo não, tudo se passa no tempo, mas o tempo não passa. O tempo é uma forma pura da intuição sensível. Não existem tempos diferentes senão partes de um mesmo tempo. O tempo é infinito, só é possível pelas limitações de um tempo único que lhe serve de fundamento. Os diferentes fundamentos do tempo deve-se a limitação geral do próprio tempo, dai a razão de movimento e mudança são possíveis em um determinado tempo. O tempo não existe nas coisas nem a maneira de uma coisa por exemplo não é capaz de me mostrar o tempo numa cadeira, o tempo existe pelo sujeito e para o sujeito.
Os objectos nos aparecem em um determinado espaço mas nos tornamos conscientes deles no tempo. O tempo nada é em si mas não podemos perceber fenómenos a não ser no tempo.
2.3  Resposta à pergunta central da Estética Transcendental
A intuição só nos permite chegar a fenómenos não a coisa em si, não nos ajuda a perceber, só um exemplo: "se tivermos olhos recobertos de um vidro azul, veríamos todas as coisas como se fossem azuis mas as coisas em si mesmas não seriam azuis"[14]A experiência pode evoluir mas jamais nos permitirá sair dos seus limites. Os microscópios, telescópios nunca vão nos aproximar da coisa em si. Tudo o que estes nos fornecerem será relativo a nós mesmos.
 
  1. 3.      LÓGICA TRANSCENDENTAL
 
A lógica é a ciência das regras do entendimento em geral[15] mas esta lógica não está preocupada com a verdade de identidade mas sim pela coerência das proposições. Kant encontra outra lógica que admite a existência de formas a priori do entendimento e daí vai surgir nova forma de pensar nos objectos independentemente de experiência. "…pois, que talvez haver conceitos capazes de relacionar-se a priori a objectos."[16]
"Lógica transcendental é a ciência que determina a origem, a extensão e a validade objectiva de conhecimentos, ela é a lógica das formas do entendimento enquanto baseada na experiência."[17]
Kant começa por fazer uma análise crítica à lógica formal pela qual nos dá certas condições sem as quais não há verdade possível, tudo o que está em contradição é considerado falso, visto que está preocupado com o pensamento consigo mesmo. Kant nega a posição desta lógica formal dizendo que para que uma proposição seja verdadeira não basta que ela se conforme às regras da lógica formal, pois estas não concernem, em absoluto ao próprio conteúdo do conhecimento. A lógica nos dá um conceito puramente negativo da verdade.
 
3.1  DIVISÃO DA LÓGICA TRANSCENDENTAL
ü  Analítica transcendental: é uma lógica da verdade;
ü  Dialéctica transcendental: é uma lógica de aparência;
 
3.1.1        Analítica transcendental
Trata das formas a priori do entendimento e responde a pergunta: como são possíveis os juízos sintéticos a priori na física?
Analítica Transcendental é a parte da lógica transcendental que estuda os elementos do conhecimento puro e dos princípios sem os quais nenhum objecto pode ser pensado.[18] Nesta lógica nenhum conhecimento pode contradizer sem perder ao mesmo tempo conteúdo e a referência a qualquer objecto e daí vai perder toda a verdade.
3.1.1.1  Divisão da analítica transcendental
  1. a.      Analítica dos conceitos
  2. b.      Analítica dos princípios
 
3.1.1.1.1        Analítica dos conceitos
É uma lógica que não se dedica a analisar os conceitos como tais mas sim uma análise da capacidade de formar conceitos do entendimento, organizar uma tabela completa dos conceitos puros pelo qual o entendimento forma os seus conceitos. Para se perceber ou descobrir a totalidade dos conceitos puros do entendimento existe um método ou um fio condutor, que parte da unidade dos juízos: "Todos os actos do entendimento se reduzem a juízos e por juízos se entendem."[19] O entendimento é uma faculdade cognitiva não sensível, conhecer por meio de conceitos, mas os conceitos como predicado dos juízos relacionam-se a uma representação de um objecto ainda indeterminado. Exemplo o conceito do corpo é o conjunto de representações que podem servir para determinar um objecto e por ser o predicado de um juízo.
Formas lógicas dos juízos[20]
Quantidade
Qualidade
Relação
Modalidade
Universais
Afirmativos
Categóricos
Problemáticos
Particulares
Negativos
Hipotéticos
Assertórios
Singulares
Indefinidos
Disjuntivos
Apodícticos
 
Do ponto de vista de quantidade Kant sublinha juízos singulares onde o predicado é tomado na sua totalidade;
Quanto à qualidade sublinha-se os juízos indefinidos onde as negações de tais juízos constituem uma espécie de afirmação, colocando o objecto numa categoria indeterminada: exemplo: A Alma é não mortal colocamos no lado dos seres que restam após deixar de lado tudo o que é mortal,
Quanto à relação Kant aponta juízos categóricos onde se afirma o predicado de um sujeito; juízos hipotéticos ligam o princípio a consequência; juízos disjuntivos faz uma relação de oposição lógica e liga entre duas ou mais proposições, exemplo: O mundo existe, ou como efeito de um acaso cego, ou com virtude de uma necessidade interna ou por uma causa externa.
Quanto à modalidade liga o valor da cópula em relação ao pensamento em geral, nos juízos problemáticos a afirmação ou a negação se consideram como simplesmente possíveis; nos juízos assertórios são tidas como reais e necessários nos juízos apodícticos. De ponto de vista lógica aqui estão as diferentes funções que reduzem à unidade as representações dadas, detrás transcendental descobre as formas a priori o qual surgem uma multiplicidade dado na intuição. Os conceitos puros de entendimento categorias a estas formas que impõe a intuição à unidade que se reencontra nos juízos.
A analítica dos conceitos nos ajuda a perceber em que sentido o espírito é legislador da natureza. As categorias são conceitos que a priori prescrevem leis aos fenómenos e por conseguinte à natureza, considerada como conjunto de todos os fenómenos.[21] A reunião dos elementos múltiplos de uma intuição empírica deve estar sujeita às categorias. Esta é a condição de todo o conhecimento. A natureza definida como o conjunto dos objectos de conhecimento e de suas ligações rege-se necessariamente pelas categorias.
 
 
3.1.1.1.2        Analítica dos princípios
 
Esta analítica que vem depois da analítica dos conceitos se preocupa em mostrar como se aplicam à experiência os princípios do entendimento, é explicitação do trabalho de constituição do real, desempenhando, de contínuo pelo entendimento. A analítica dos princípios vem a ser doutrina transcendental do juízo.
Esta doutrina se divide em dois capítulos:
1-      Da condição sensível que permite empregar conceitos puros do entendimento, isto é, do esquematismo puro.
2-      Juízos sintéticos que decorrem a priori, sob as condições dos conceitos puros de entendimento e servem de fundamento para todos outros conhecimentos a priori.[22]
O que torna imprescindível o esquematismo é a heterogeneidade das intuições empíricas e dos conceitos puros do entendimento.
O esquematismo responde à exigência de se encontrar um elemento mediador pelo qual o sensível se torne homogéneo ao inteligível, permitindo compreender à maneira pelo qual os conceitos puros do entendimento podem aplicar-se aos fenómenos em geral. Kant descobre este factor de mediação no tempo que por um lado é universal, e a priori e, por outro se reencontra em toda representação empírica.
Esta é a determinação que, como esquema dos conceitos do entendimento, medeia a subsunção dos fenómenos sob a categoria. Enquanto forma a priori, o tempo é da mesma natureza que os fenómenos; a multiplicidade sensível nos é dada no tempo, toda a aplicação das categorias ao sensível será antes de tudo uma determinação do tempo.
A imaginação será a faculdade intermediária entre a sensibilidade e o entendimento de produzir tais determinações. É na intuição em que a imaginação traça a priori, quadros onde possam entrar os fenómenos e indicam a categoria em que estes devem ser arranjados.
O esquematismo nos ajuda a entender como as formas a priori do entendimento podem aplicar-se aos fenómenos, para isso é preciso colocar em ordem sistemática os juízos que o entendimento produz realmente a priori, e assim vai se responder a segunda questão proposta pela crítica. Como é possível uma física pura? Todo o conhecimento analítico está assentada no principio de contradição mas este não pode fundamentar juízos sintéticos a priori, a existência de tais juízos pode ser fácil explicada se compreendermos que as categorias submetem todo o nosso conhecimento a condições a priori e que nenhum objecto pode ser compreendido fora das categorias. "O princípio supremo de todos os juízos sintéticos é pois que todo o objecto está sujeito às condições necessárias da unidade sintética do múltiplo da intuição no seio de uma experiência possível."[23]
Princípios do entendimento ou princípios a priori são as proposições que não derivam da experiência e as quais todavia toda a experiência deve conformar-se, sob pena de não ser, para nós algo que possamos conhecer.
Os princípios exprimem aquilo que o entendimento exige da intuição para que mediante as categorias, se assegure a unidade objectiva da consciência de si.
"Tábua dos princípios que Kant nos propõe:
1º Axiomas da intuição;
2º Antecipação da percepção;
3º Analogias da experiência;
4º Postulados do pensamento empírico em geral."[24]
 
As categorias da quantidade correspondem os axiomas da intuição que tem como fórmula geral: "Todas as intuições são grandezas extensivas."[25] Kant chama extensiva à grandeza onde a representação das partes torna possível a representação do todo. E sendo o espaço e tempo as formas de todas as nossas intuições sensíveis, todo o fenómeno, enquanto intuição, será uma grandeza extensiva. Kant chama esse princípio de axiomas de intuição, porque as condições a priori da intuição fundamentam os axiomas da geometria: "…a matemática se baseia da imaginação produtora, na criação das figuras; entre dois pontos, uma só linha recta é possível."[26] Os axiomas da geometria também chamados de postulados, enunciam as propriedades do espaço, eles são universais e necessários porque não dependem da experiência.
Às categorias da qualidadecorrespondem as antecipações da percepção eles se unem desta forma: "Em todos os fenómenos, o real, que é um objecto de sensação tem uma grandeza intensiva, isto é, um grau."[27] Grandeza intensiva é aquele grau que influencia sobre os sentidos, e por antecipação, um juízo fazemos sobre os objectos da nossa experiência anteriormente a nossa percepção. Entre a realidade e a negação, todos os graus são possíveis, mas não há sensação, quer dizer, não há realidade no fenómeno, que não tenha um grau. Sem isso ela não seria para nós, " … da experiência jamais se pode tirar a prova de um espaço vazio ou de um tempo vazio."[28]
Às analogias da experiência correspondem as categorias da relação. O seu princípio geral é: "a experiência só é possível pela representação de uma ligação necessária das percepções."[29] O que está aqui em jogo não é a própria natureza dos fenómenos, mas a sua existência no tempo. As analogias são regras que determinam as relações entre fenómenos num tempo, reduzindo-os à unidade necessária da percepção. Aqui a relação ocorre de uma forma acidental, e é preciso fazer uma ligação necessária, para que possam ser reduzidas à unidade de uma consciência de si. A permanência, a sucessão e a simultaneidade são os três modos de tempo, haverá também três leis que regulam todas as relações cronológicas dos fenómenos, possibilitando assim a experiência.
a)      A primeira analogia anuncia o princípio da permanência da substância.
 "A substância permanece em toda a mudança dos fenómenos, e a sua quantidade não aumenta nem diminui na natureza."[30] A substância persiste sob toda a mudança, e quando se diz que alguma coisa muda, não implica que uma existência sucede a outra existência. A mudança concerne aos acidentes, e não as substâncias, só o permanente é que muda; o durável e o permanente é a condição em que a nossa percepção percebe a mudança.
É impossível que uma existência apareça ou desapareça absolutamente, não se pode perceber um tempo vazio, como deveria ser o momento em que a coisa ainda não fosse ou tivesse deixado de ser. Cada momento faz aparecer alguma coisa de novo, mas sem nada criar.
b)      A segunda analogia exprime o princípio da sucessão do tempo se baseando na lei da causalidade:
 "Toda a mudança ocorre segundo a lei da causa e efeito."[31] A nossa apreensão dos fenómenos é sucessiva: exemplo quando percebemos uma casa, primeiro percebo uma parte, depôs a outra, mas ninguém diz que os elementos diversos são sucessivos. Existem diferenças entre a sucessão das representações e ordem dos fenómenos. A experiência é que nos capacita a conhecer a relação objectiva dos fenómenos. A causa e efeito, o conceito a priori da relação de causa e efeito que nos dá a unidade objectiva à experiência permitindo assim perceber uma ordem real. Não há conhecimento objectivo senão pela regra que estabelece uma ligação necessária entre um acontecimento dado e o que precedeu. Sem a causalidade o mundo não passaria de um sonho, conhecemos sempre pelas causas. Perceber um fenómeno é apreendê-lo como consequência necessária do outro. No memento em que o efeito começa a produzir-se, ele é sempre contemporâneo à causalidade de sua causa.
c)      O princípio de simultaneidade, segundo a lei da acção recíproca ou da comunidade.
Enuncia-se desta forma: "Todas as substâncias, enquanto podem ser percebidas como simultâneos no espaço, estão em acção recíproca universal."[32] Há simultaneidade quando diversas coisas existem ao mesmo tempo. Para dar a simultânea, um valor objectivo, requer-se um conceito da determinação recíproca de todas as coisas e este conceito é o da comunidade ou da acção recíproca.
 
 
d)     Os postulados do pensamento empírico em geral correspondem às categorias da modalidade
Estes postulados tomam três formas:
1-      Primeiro postulado: Aquilo que está de acordo com as condições formais da experiência, no que diz respeito aos conceitos é possível.
2-      Segundo postulado: aquilo que está de acordo com as condições materiais da experiência (sensação) é real.
3-      Terceiro postulado: Aquilo cuja conformidade com o real é determinado segundo as condições gerais da experiência existe necessariamente.
A categoria da modalidade refere-se à relação entre as coisas e o conhecimento. E estes postulados são pensamentos empíricos em geral, porque respeita à possibilidade, à realidade, ou à necessidade das coisas, enquanto objectos de uma experiência possível.
Possível é tudo aquilo que pode ser; não basta que um conceito inclua a contradição para o seu objecto possa ser. O conceito deve estar de acordo com as condições formais da experiência, isto é, que o seu objecto seja concebido através das formas a priori da sensibilidade e do entendimento, fora desta relação não pode se definir um objecto possível. A passagem do possível ao real se faz recorrendo à experiência. Um simples conceito do objecto não pode autorizar a sua existência. O real deve ser percebido ou deve ser ligado a percepções; caso contrário estaríamos a lutar por esforçar a querer adivinhar a existência.
Necessário é o realplenamente compreendido e situado no seu lugar, numa situação de causa e efeito, uma existência é necessária relativamente a outra existência anteriormente dada. " Tudo quanto acontece é hipoteticamente necessário; é este um princípio que sujeita a mudança no mundo a uma lei, isto é, a uma regra do existir necessário, sem a qual nem sequer haveria a natureza. "[33] Ao segundo postulado do pensamento empírico em geral, Kant faz refutação ao idealismo dogmático de Berkeley que declara a impossibilidade de existência de objectos exteriores no espaço; porque ele faz do espaço uma propriedade das coisas em si, vê-se obrigado a concluir pela não existência das coisas.[34]
Para fazer refutação a tese de Berkeley Kant mostra que a própria experiência interior só é possível sob a condição da experiência exterior.
O idealismo problemático de Descartes, sustenta que a existência dos objectos no espaço é indemonstrável e que não podemos ter outra certeza salva a de nossa própria existência. Kant nega esta posição mostrando que existir é ser no tempo, toda a determinação no tempo supõe alguma coisa de permanente na percepção, mas não pode ser percebida em si mesmo, exige alguma coisa do real no qual o tempo é percebido. O permanente não pode ser alguma coisa em mim, em mim só há representações e são elas que tornam possível a consciência da minha existência; não posso ter consciência empírica da minha existência, somente alguma coisa quando está fora de mim. Não há objecto sem sujeito e também não há sujeito sem objecto. Eu não poderia ter consciência de minha própria existência se não existissem objectos exteriores no espaço. Minha existência enquanto sujeito pensante está ligada à do mundo enquanto objecto pensado, porque não posso ter consciência de mim senão no acto mesmo em que tenho consciência de alguma coisa que não seja eu. "A própria experiência interior só é possível mediante, e só por meio da experiência."[35]
Kant acredita na existência de um mundo independente do pensamento, é este o idealismo de Kant. Mas esse mundo não é absoluto são fenómenos e númenos."Tudo o que o entendimento tira de si mesmo, sem tomá-lo à experiência, não pode ter para ele qualquer uso que não seja o da experiência."[36]
Para conhecer o mundo ideal de Kant o númeno e fenómeno devemos antes distinguir entre pensar e conhecer.
Quando afirmamos que não há conhecimento que não seja de fenómeno isto é, de seres sensíveis não implica deixar de pensar. Sem dúvida a nossa razão não têm o poder de ultrapassar a sensibilidade, no que diz respeito ao conhecimento. Mas o que não pode ser conhecido pode ser pensado, é por isso que se procurou algo diferente das experiências que são os númenos que por sua vez são o conjunto dos objectos que pensamos para além dos fenómenos. E estes objectos são simplesmente pensados pelo entendimento e denomina-se seres inteligíveis. O númeno deve ser entendido no sentido negativo, porque é aquilo que sou incapaz de conhecer. O númeno impede ao homem contentar-se com a experiência, com o sensível.[37] Neste campo a razão recebe uma extensão negativa por ser incapaz de conhecer o númeno, a razão não é limitada pela sensibilidade mas sim a razão limita-se chamando de númeno as coisas em si. Mas no tempo ele coloca limites a si mesmo os quais os impede de conhecê-los por meio das categorias e assim é obrigada a razão meramente pensá-las sob nome de um algo desconhecido.
 
3.1.2        DIALÉTICA TRANSCENDENTAL
Dialéctica é uma lógica de aparência diferente da analítica que é lógica da verdade. Existe uma aparência empírica que é o conjunto das ilusões ópticas que por sua vez são influenciadas pela imaginação sobre o entendimento e facilmente é vencida. A aparência lógica não resiste à prova, basta dar atenção às regras da lógica. Por exemplo a seguinte proposição: "O mundo deve ter um começo no tempo."[38] Esta é uma ilusão natural, e é inevitável a razão. Ela responde à necessidade ou exigências do nosso espírito. Sendo assim a dialéctica transcendental é o estudo dessa ilusão natural e das suas fontes.
A aparência transcendental tem a sua sede na razão pura, raciocinar é compreender uma proposição. "A razão no seu uso lógico, busca a condição geral do seu juízo, neste caso se preocupa com a conclusão e o seu raciocínio nada mais senão que um juízo que formamos, o caso das suas premissas."[39]
A razão pura é a busca do incondicionado, considerado como a condição última de todas as condições. Por sua vez o incondicionado é a recusa do inacabado, da dependência; é a dependência de uma conclusão, de uma perfeição, de um ideal. Kant pede por emprestado a palavra ideias a Platão para designar os conceitos puros da razão, "por ideia Kant entende como um conceito necessário da razão, a que não se pode dar um objecto nos sentidos."[40] A ideia vai além da experiência fenomenal. O mundo empírico não satisfaz à nossa razão, visto só interessado pelos fenómenos e não um todo único, enquanto a razão está preocupado com a representação do universo na sua totalidade. As ideias da razão não conduzem aos conceitos simplesmente mas a um sentido. A pergunta que Kant levanta é: quais são essas ideias que a razão pura não pode deixar de formar?
A primeira busca do incondicionado é a de um sujeito que outra coisa não seja senão sujeito, indo dar à ideia da unidade absoluta do sujeito pensante ou seja à ideia da (Alma).
A segunda é a de uma causa que outra coisa não seja senão causa indo cair também na ideia de unidade absoluta da serie das condições do fenómeno, a ideia do (Mundo).
Em terceiro lugar procura-se a determinação de todos os conceitos em relação a um conceito supremo que os englobe na sua totalidade isto vai levar a razão a terminar na ideia da unidade absoluta da condição de todos os objectos do pensamento em geral, isto é a ideia de (Deus).
A Alma, o Mundo e Deus são pois as três ideias da razão pura, se nada não podemos conhecer, as ideias do Mundo, Alma e Deus nos dão uma espécie de realidade por serem frutos do raciocínio. É o estudo desses raciocínios sofísticos que Kant se preocupa. Os sofismas que conduzem à ideia da Alma, constituem Psicologia Racional. A ideia doMundo é objecto da Cosmologia Racional. Por fim temos a Teologia Racional que trata do ideal da razão pura que é Deus. Aqui na Teologia racional contém os sofismas que pretendem demonstrar a existência de um ser supremo.
Deus, Mundo, Alma correspondem às três questões fundamentais da Metafísica: Imortalidade (Alma) o problema da Liberdade se existe ou não (Cosmologia Racional) a tentativa da prova da existência de Deus (Teologia Racional).
 
3.1.2.1  Psicologia Racional
Se preocupa em conhecer a natureza do sujeito. As suas preposições determinam a alma de ponto de vista da relação: a alma é uma substância pensante; da qualidade: a alma é simples; da quantidade: a alma é uma idêntica da modalidade a existência da alma é mais certa que a do corpo.[41] Daqui surgem quatro (4) paralogismos ou reflexão da psicologia racional: substancialidade, simplicidade, personalidade, idealidade. A psicologia racional não pode basear-se a nenhuma experiência, caso contrário seria uma psicologia empírica. O eu penso é um pensamento e não uma intuição. A consciência que tenho de mim mesmo enquanto sujeito único e idêntico não é um conhecimento. "O que não pode ser concebido senão como sujeito, portanto é substância."[42]  O sujeito é apenas sujeito, e, nunca pode ser objecto. O pensamento se define por um acto e não por propriedades. "O eu, tu, ele que pensa nada mais nos representa do que um sujeito transcendental e este sujeito não pode ser senão pelos pensamentos.
A crítica vê sendo impossível demonstrar que a alma é imortal porque a alma traça no conhecimento de si, um limite intransponível à razão especulativa, impedindo-a tanto de lançar-se no seio de um materialismo sem alma, como de perder-se visionamento num espiritismo que não tem nenhum fundamento para a vida.
 
3.1.2.2  Cosmologia Racional
Tenta determinar o universo na sua totalidade tem o seu princípio geral: "Se se dá o condicionado, dá-se a soma total das condições e por conseguinte, o incondicionado absoluto, que unicamente tornou possível o condicionamento."[43] Com este princípio da Cosmologia Racional a razão chega a (teses) contraditória chegando a (teses) apostas.
Na (tese) procura-se um primeiro termo incondicionado, do qual dependeria toda a serie completa das condições. Exemplo o mundo é finito.
Na (antítese) sustenta-se que a própria serie das condições constitui uma totalidade incondicionada, exemplo o mundo é finito.
É daqui que surgem quatro grupos de antinomias baseando-se nas quatro categorias.
Quantidade: o problema é dos limites do mundo no tempo e no espaço."O mundo tem um começo no tempo e também é limitado no espaço."[44]
Qualidade: defende como (tese) que "Toda a substância composta, no mundo consta de partes simples e não existe absolutamente nada, salvo o simples ou o composto do simples."[45] A sua (antítese) diz que não se pode pensar no composto senão como composto de elementos. O espaço é divisível logo o simples não existe. "Nenhuma coisa composta no mundo, é formado de partes simples, e não existe absolutamente nada de simples no mundo."
Relação: aqui o problema cosmológico é o da causalidade, tem como (tese): segundo "as leis da natureza a causalidade não é a única donde possam derivar-se todos os fenómenos do mundo, para explicá-lo é necessário para admitir-se ainda uma causalidade livre."[46] Em to os tempos a, os filósofos se preocuparam em buscar o primeiro motor do mundo devido à insatisfação do mundo sensível, se preocuparam a procurar a causa primeira, um começo absoluto. E a sua (antítese) defende que um começo absoluto é impossível porque o momento em que precedeu ao começo deve ter contido em si as condições desse começo, toda a serie dos fenómenos seria inteligível. "Não há liberdade, mas tudo se dá no mundo exclusivamente segundo às leis da natureza."[47]
Modalidade: quer saber se o mundo é radicalmente contingente ou depende de uma necessidade. Tem como (tese), para que uma coisa possa existir requer uma coisa que a torne necessária e não se encontre no mundo."O mundo implica alguma coisa que seja como sua parte, seja como sua causa, é um ser absolutamente necessário."[48] A sua (antítese) defende que aquilo que é, é necessário enquanto consequência daquilo que o precede; não há coisa alguma que não tenha a sua razão de ser fora de si, um ser necessário, pois em parte alguma teria razão de ser, logo: "Em parte alguma nem no mundo, nem fora do mundo existe um ser absolutamente necessário, enquanto causa do mundo."[49]
Por fim a pergunta que Kant coloca é: qual é o interesse da razão? Visto que em tais problemas não há certeza apoiada em demonstrações; só nos resta tentar compreender a razão pela qual uns optam pela tese (dogmáticos) e outros ainda pela antítese (empiristas).
Os dogmáticos, tem um interesse prático: a imortalidade da alma, deriva da simplicidade do eu; a liberdade, a existência de Deus são geralmente consideráveis como o fundamento da religião e da moral. O dogmatismo tem vantagem da popularidade, as teses dogmáticas condizem perfeitamente com o bom senso popular.
As teses empíricas não têm nenhuma preocupação prática mas sim oferece interesse especulativo superior ao dogmatismo. Na posição empirista o entendimento permanece no seu terreno negando de sair do seu campo de experiência possível. Dizem que crer não é saber.
As teses respondem melhor às exigências da razão e de acção.
As antíteses respondem às exigências do entendimento e do conhecimento objectivo.
Diz Kant: o homem tem um carácter empírico e inteligível. Pelo carácter empírico fazemos parte da natureza e nossos actos estão sujeitos ao determinismo universal. Pelo carácter inteligível o homem escapa ao mundo dos fenómenos e se torna livre.
3.1.2.3  Teologia Racional
É o movimento que vai das intuições aos conceitos e a seguir dos conceitos às ideias devendo sair das ideias ao ideal: O ideal é o ser individual, conforme a ideia, Assim a sabedoria é uma ideia e o sábio é um ideal. Esta é uma exigência da razão, não se trata de uma imaginação. A razão não pode deixar de se elevar ate esse ideal. "Para se conhecer completamente uma coisa é necessário conhecer todo o possível, e determiná-la a partir dele seja afirmativa ou negativa."[50]
O ideal da razão pura ou ser originário, no sentido de não residir senão na razão, ou ser supremo por não haver outro acima dele, ou ser dos seres porque tudo lhe está subordinado como à sua condição embora todas essas denominações não exprimem uma existência.
A existência do ser supremo que a Teologia Racional tenta demonstrar pode produzir-se em três provas:
1-      Prova Físico-teológico: conclui a existência do mundo para a existência de Deus.
2-      Prova Cosmológica: conclui uma existência de Deus.
3-      Prova Ontológica: abstracção feita de toda a experiência, conclui na existência de Deus, baseando-se em conceitos.
Com a prova Ontológica Kant inicia o seu estudo, a prova ontológica pretende tirar a existência de essência. Não posso pensar um ser absolutamente necessário sem pensá-lo ao mesmo tempo existente, visto que um ser cuja não-existência é impossível.
Seria contraditório pôr um triângulo e suprir-lhe os três ângulos, mas não há contradição alguma em suprir ao mesmo tempo tanto o triângulo como os três ângulos. Se concebo Deus, os seus predicados lhe pertencem necessariamente, mas se digo Deus não existe os seus predicados desaparecem. É pois necessário provar a existência desse Deus. O argumento ontológico toma a seguinte forma: eu posso conceber a possibilidade do ser absolutamente real, porque em toda a realidade está patente também a existência, logo a existência está patente no conceito e de um ser possível.
A existência não é, pois uma perfeição, só pode se passar da existência através da experiência mediante a intuição. A existência não se prova mas sim experimenta-se.
A prova cosmológica vendo a contingência deste mundo conclui a existência de Deus, onde é deduzida a perfeição à existência.
Kant não é um ateu ao negar a existência de Deus por simples conceitos mas sim mostra os limites do conhecimento de Deus porque Deus está acima desses limites. A dialéctica não é capaz de representar um ser supremo e provar a sua existência.
 
  1. 4.      Princípios constitutivos e princípios reguladores
Deus, Alma, Mundo são incognoscíveis porque são incapazes por via de intuição e não podemos ter nenhum conhecimento sem intuições sob um conceito. Neste sentido a Metafísica como ciência das coisas em si é impossível, mas a razão não é proibida de formar ideias.
Os princípios de entendimento são constitutivos no sentido em que os objectos de experiência não poderem ser construídos senão de acordo com eles.
Os princípios da razão orientam o pensamento no seu esforço de sistematização, que nunca se sente satisfeito. A razão, regulador não determina nenhum objecto, mas serve de regra ao espírito, eles constituem máximas. "Máximas são todos os princípios subjectivos que não são derivados do objecto mas sim do interesse da razão com vista a uma certa perfeição possível de conhecimento deste objecto."[51] As máximas da razão nos obrigam a prosseguir sempre no trabalho da explicação dos fenómenos, impedir-nos de crer que alguma vez tenhamos atingido a razão última do que quer que seja.
A função da razão não é obrigar o entendimento a procurar a perfeição sempre maior dos seus conceitos, considerando todas as condições como se devessem depender de um incondicionado. A Metafísica é a disciplina do (como se) na Psicologia Racional representa-nos o espírito (como se) fosse uma substância simples. Na cosmologia racional, considera a natureza (como se) fosse infinito.
Na Teologia Racional encara o conjunto de experiência (como se) formasse uma unidade absoluta.
O (como se) nos impede de confundir o que sabemos, com o que pensamos, nos impede também de nos contentar com qualquer saber.
Se a dialéctica transcendental se mostrou que não pode demonstrar a imortalidade da alma, a liberdade do homem, nem que Deus não existe. Para além da experiência nada podemos saber, nem a existência nem a não-existência. A razão especulativa nada pode afirmar muito menos negar deixando assim o campo a crítica da razão prática.
 

[1] In Smith , New York; Commentary XIX apud Will Durant pg. 544

[2] Will; D; A História da Civilização, Rosseau e a Revolução; Editora Record, Rio de Janeiro, 1967; pg. 554.

[3] Idem pg. 545

[4] Emmanuel, K; Crítica da Razão Pura prefácio pg. 6

[5] Preferi colocar o título do livro na língua original em que foi escrita.

[6] Will, D; A História da Civilização, Rosseau e a Revolução pg. 545

[7] Emmanuel, K; Crítica da Razão Pura; pg 11.

[8]Cfr. André.L; Vocabulário Técnico e Critica de Filosofia/intuir

[9] Op Cit pg. 53

[10]Op Cit pg. 56

[11]Emmuel, K; Crítica da Razão Pura pg 56

[12]Ibidem pg. 56

[13]Ibidem pg. 61

[14]Cfr Op cit pg. 70

[15]Cfr Regis Jolivet, Curso de Filosofia, São Paulo, 2008, pg 6.

[16] Emmuel, K Critica da Razão Pura pg. 80

[17] Ibidem pg.81

[18] Ibidem pg. 83

[19] Ibidem pg. 86

[20]O quadro faz parte da criatividade minha baseado na Op Cit pg. 88.

[21]Op Cit pg. 89

[22]Cfr. Op Cit  pg. 150

[23]Op Cit pg.162

[24]Cfr.Op Cit pg 163

[25]Op Cit pg. 164

[26]Op Cit  pg. 165

[27]Op Cit pg. 167

[28]Op Cit. pg. 171

[29]Op Cit pg.174

[30]Op Cit pg. 177

[31]Op Cit pg. 182

[32]Op Cit pg. 195

[33]Op Cit pg. 208

[34]Cfr Op Cit pg. 205

[35]Op Cit. pg. 207

[36]Op Cit pg. 216

[37]Cfr Op Cit pg. 228

[38]Op Cit pg. 253

[39]Cfr Op Cit pg. 259

[40]Cfr Op Cit pg. 270

[41]Cfr Op Cit pg. 289

[42]Op Cit pg. 290

[43]Op Cit pg. 329

[44]Op Cit pg. 338

[45]Op Cit pg. 342

[46]Op Cit pg. 348

[47]Op Cit pg. 349

[48]Op Cit pg. 352

[49]Op Cit pg. 353

[50]Op Cit pg. 364

[51]Cfr Op Cit pg. 368