Luciano Nhantumbo
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TOTEMISMO

TOTEMISMO

TOTEMISMO

 

  1. 1.      Definição etimológica da palavra:

Totem é o termo que os OJIBWAI, tribo ALGONKINA da América de Norte, empregam para designar espécie de coisa de que o clã traz o nome: OTOTEMAN (ele, ela, é do meu clã) provem do vocábulo DODAIM que significa aldeia ou residência do grupo familiar.[1]

O termo foi introduzido na literatura europeia pelo inglês John Long, no século XVIII O escocês J. Fergunson Mac Lennant, no século Passado, pós em relevo o papel importante que o totemismo representa para determinadas culturas de pequena escala.

Schoolcraft foi o primeiro que falou de sistema totémico e Gry, também no séc. Passado assinalou a existência de praticas totémicas na Australia. J.Frazer na sua obra Monumental Totemismand Exogamy, apresenta uma rica etnografia e geografia de totemismo.

Poderíamos definir de seguinte modo: animal ou vegetal, tido como protector da família, clã, porque nele está representado o espírito do antepassado fundador, que serve para designar colectivamente o clã.

 

 

1.1  Definição geral:

É um fenómeno mítico classificatório que exprime uma relação familiar com um antepassado sob a forma de um animal o planta.[2]

Totem: A primeira unidade básica da sociedade africana é a família e a segunda é o totem ao qual pertencem. Os grupos de famílias que dividem o mesmo totem formam um clã. O objeto contém uma conotação espiritual, representando o ancestral (ser maior) de cada sociedade. Os totens definem laços matrimoniais, culturais e históricos e são representados por seres da natureza, na maioria das vezes animais, que passam a ser sagrados e protegidos pelo grupo.[3]

 

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1.2  Varias definições do Totemismo

Sistema de carácter religioso comum em numerosas sociedades primitivas da Oceânia, África e da América que organiza a tribo em clãs, cada um dos quais dotado de um totem.

Este totem é geralmente animal, por vezes vegetal, é considerado como antepassado do clã ao qual dá o seu nome. Neste caso é um deus antepassado é protector.[4]

O totem é para o clã uma realidade sagrada põe excelência.[5] A relação de totem com o clã, faz surgir certas proibições e tabus. As vezes proibido de consumir o totem; em determinados clã, como os Maias podem consumir o totem em certas ocasiões muito solene, a fim de se fazer uma cerimónia ritual.

O totem é sagrado e está carregado de mana, (uma força invisível de fonte de energia oculta.)[6]

 

1.2.1        Diferentes teorias definem o  totem

Segundo diferentes teorias explicativas, as definições foram aos poucos variando.

Totem: é uma corruptela do algonquino otetemanque pode ser traduzido como: Ela é da minha parentela precedido de nome de um animal, indicava a pertença de um indivíduo a determinado clã.

1.2.2        Formas ou tipos de totem

Além do totem clanico, que é o principal e diz respeito a um grupo que relaciona com um animal ou planta geralmente como antepassado mítico individual, (nagualismo) que indica a relacao de um individuo particular com determinada espécie animal. Totem de sexo se a tribo é dividida em sexos com totem diferente. Totem de metade se a tribo é dividida segundo o principio da descendência e diferente totem. Totem de secção ou subsecção quando a divisão é maior. Totem local, quando a pertença ao grupo totémico é territorial. [7]

1.2.3        Funções do totem

- Social: Cria a coesão do grupo através da endogamia-exogamia e da descendência.

-Ritual: exprime simbolicamente as relações do grupo, com a proibição de comer animal em questão ou de fazer banquete sagrado pelo mesmo.

 

1.2.4        Difererentes hipóteses sobre a origem do totemismo

Segundo o semitólogo Robertson Smith o totemismo é a origem de todas as religiões.

Segundo Frazer:

a)      Põe origem do totemismo no rito de expulsar o espírito de um homem.

b)      O homem queria aumentar magicamente uma espécie animal com cerimónias festivas em relação a ele.

c)      Atribui a crença que a geração provinha de espíritos que habitavam o lugar de totem e encarnavam no corpo feminino.

Segundo Guilherme Schmidt a origem de totem tem suas razoes no comércio. Para exportar espécies em que são especializados certos grupos não os consome.

Para Emile Durkheim totem é a primeira forma de religião.

Para Lévi-Strauss, considera o totemismo como um fenómeno que fornece um código que capacita o homem a exprimir propriedades isomórficas entra a natureza e a cultura.

Apartir do século XIX-XX vendo a multiplicidade de formas concretas em diversas partes do globo (América, África, Australia), a teoria de Robertson Smith fica afastada definitivamente, ficando em peso a de Lévi-Strauss que é simples e clara.[8]

 

  1. 2.       Características do totemismo[9]

 

  1. Animal, completo ou só uma parte, ou vegetal raramente um fenómeno da natureza;
  2. A espécie e não um animal individualmente considerado;
  3. O bem-estar de grupo humano está unido ao totem, pelo que o grupo leva o seu nome; torna­ se o seu distintivo e representa o antepassado mítico;
  4. Leis: normas positivas e normas negativas, tais como proibição de matar e de comer o totem, proibição de matrimónio dentro de mesmo grupo totémico;
  5. Sistema social de reconhecimento: onde este sistema existir, cada clã tem o seu totem e o totem de cada clã identifica os seus membros. Todos os que trazem o nome de totem são iguais, mantendo entre si as mesmas relações de parentesco;
  6. Usos rituais: usam se máscaras de animais nas representações rituais e nas danças, a fim de prestar aos representados o carácter de poderosos;
  7. Experiencias extáticas: o homem se identifica misticamente com o animal e nele se refugia, ao querer fugir da realidade humana.

 

  1. 3.      As crenças propriamente totémicas

Já que toda religião é composta de representações e de práticas rituais, a religião totémica comporta duas partes que são: as crenças e os ritos. Estes dois elementos da vida religiosa são muito estreitamente solidários para que seja possível separá-los radicalmente. Ainda que em princípio o culto deriva das crenças, ele rege sobre elas; o mito modela-se muitas vezes pelo rito a fim de explicá-lo sobretudo quando o seu sentido não é mais aparente. Inversamente existem crenças que só se manifestam claramente através dos ritos que as exprimem, essas duas partes não deixam de se interpretar, são factos demasiados diferentes para que não seja indispensáveis estudá-las separadamente.

A organização australiana dizem igualmente Fison e Howilt mostram que o totem é antes de tudo o brasão de grupo. Schoolcraft define o totem como facto, um desenho que corresponde aos emblemas heráldicos das nações civilizadas, e que cada pessoa está autorizada a usar como prova de identidade da família à qual pertence.

 

  1. 4.      O animal totémico e o homem

As imagens totémicas não são as únicas coisas sagradas. Existem seres reais que também são objectos de ritos em razão das relações que mantêm com o totem: são antes de quaisquer outros os seres da espécie totémica e dos membros do clã. O papel profano dos vegetais e dos animais é normalmente servir de alimentação; assim o carácter sagrado do animal ou da planta totémica é conhecido na proibição de comê-los. Certamente como são coisas santas, podem entrar na composição de algumas refeições místicas, e veremos com efeito que as vezes servem como autênticos sacramentos e normalmente não podem ser usados no consumo ordinário. Quem quer transgredir com essa proibição expõe-se aos mais graves perigos. Nas plantas e nos animais totémicos supõe-se que reside um princípio perigoso que não penetra em organismo profano sem desorganizá-lo ou destruí-lo. Se as proibições são formal em grade número de tribos levando-se em conta as excepções que serão indicadas mais tarde é incontestável que ela tende a atenuar-se à medida que a velha organização totémica é abalada. Mas as próprias restrições que então mantêm demonstram que essas atenuações não foram admitidas com facilidade.[10]

Por exemplo, ali onde é permitido comer a planta ou animal que serve de totem, tal não se dá, no entanto em plena liberdade; só se pode consumir pequena quantidade por vez e ultrapassar essa medida constitui falta ritual que tem graves consequências. Aqui a proibição subsiste inteiramente para as partes que são consideradas como mais preciosas, durante a refeição mística e essencialmente sagrado e proibido aos profanos. Por exemplo, a celebração da eucaristia que alguns comem e outros não comem por diversas razões.

 

  1. 5.      O lugar do homem no sistema das coisas religiosas

Somos levados, por todo conjunto de hábitos adquiridos e pela própria força da linguagem o homem comum, o simples fiel como ser essencialmente profano. Poderia perfeitamente acontecer que essa concepção não se mostrasse verdadeira em nenhuma religião de qualquer forma ela não se aplica ao totemismo. Cada membro do clã está investido de carácter sagrado que não é sensivelmente inferior aquele que acabamos de reconhecer ao animal.

A razão dessa santidade é que o homem acredita ser planta da espécie totémica. Com efeito, ele tem o seu nome; ora considera-se então que a identidade do nome implique uma identidade da natureza. A primeira não é considerada apenas como indício da segunda; ela a supõe logicamente porque o primitivo, o nome não é simplesmente palavra, combinação dos sons, mas trata-se de alguma coisa do ser, até algo de essencial.

 

  1. 6.      O sistema cosmológico do totemismo e noção de género

O totemismo sendo uma religião mais complexa do que pode aparecer na primeira vista distingue-se três categorias de coisas que ela reconhece como sagradas em graus diversas:

  • O emblema totémico;
  • A planta ou animal cujo aspecto é produzido por esse emblema e;
  • Os membros do clã.

Para o totemismo possa considerado como uma religião comparável às outras religiões é necessário pois que também ele nos ofereça uma concepção do universo. Para os australianos tudo o que compõe o universo faz parte da tribo são elementos constitutivos membros regulares têm lugares determinado na sociedade e esses elementos estão divididos em clãs, assim como homem também está dividido em clãs ou em tribos.

Género é o esquema exterior no qual os objectos, percebidos como semelhantes, constituem em parte o conteúdo. O conteúdo não pode fornecer o esquema sob qual está disposto. Ele é composto de imagens vagas e fluentes, devida à superposição e a fusão parcial de número determinado de imagens individuais que casualmente apresenta elementos comuns; o esquema ao contrário é uma forma definida como contornos fixos, mas que podem ser aplicadas a número determinado de coisas, percebidas ou não actuais ou possíveis.

A ideia de género é instrumento do pensamento que foi manifestamente construído pelos homens com ajuda de um modelo encontrado no espectáculo da vida colectiva. Os géneros com efeito são um agrupamento ideal, mas claramente definido de coisas entre as quais existem liames internos, análogos a laços de parentesco. [11]

 

 

 

  1. 7.      O totemismo individual e o totem sexual

Na religião embora haja uma prática colectiva de um grupo, há também aspectos individuais que exprimem a sua personalidade e cujo culto ele celebra individualmente. Em algumas partes das tribos australianos e na maior parte das sociedades indígenas da América do Norte, cada indivíduo mantém pessoalmente com uma coisa determinada relação comparável àquela que cada clã mantém como seus totem. Nessas religiões o nome de coisa serve também para os animais. E algumas tribos americanas o nome é acompanhado de emblema que pertence a cada indivíduo e que sob formas diversas representa a coisa põe esse nome designada.

Quando alguém escolhe o nome de um animal se for pássaro enfeita-se com suas penas e outros como os Algonkinos tatuam a imagem dele no corpo. Noutras do nordeste o emblema individual é gravado ou esculpido, assim como emblema colectivo do clã nos utensílios nas casas e nas armas. Se um escolhe a águia  como brasão individual é considerado como alguém que possui o dom de ver o futuro, se traz o nome de Urso diz-se que está exposto a ser ferido nos combates, porque esse animal é lento e pesado, mas também facilmente se deixa apanhar.

O totemismo sexual é de forma intermédia que apresenta aspectos de um e de outro. Este encontra-se na Austrália em pequenos números de tribos. Existem também em Vitória e na Nova Galles do Sul. Aqui todos os homens se consideram como irmãos de Ema carriça isso nos kurnais e as mulheres como irmãs de soberba toutinegra (Djeetgun); todos os homens são yeerunge todas as mulheres são Djeetgun.

No totemismo sexual cada sexo vê no animal a que está aparentado um protector que convém tratar com cuidado e é proibido matá-lo ou comê-lo. Esse animal desempenha em relação a cada sociedade sexual, idêntico papel que o totem do clã. Este totem assemelha-se particularmente ao do clã no sentido de também ser colectivo pertence indistintamente a todos os indivíduos do mesmo sexo, mas também pelo facto de que implica entre o animal padroeiro e o sexo correspondente a uma relação de descendência é de consanguinidade. Os totens têm origem nas tribos.

 

  1. 8.      Noção de alma, espírito e Deus na religião totémica

Pelo que se pode julgar com base em dados de etnografia a ideia de alma parece ter sido contemporânea da humanidade. Concebe-se a alma como aquele que anima o ser humano no seu todo e esse é um ser interior e princípio da vida. Em outras tribos as mulheres não têm alma.

E espírito é aquele que está proposto a determinada ordem dos fenómenos, cósmicos ou sociais, têm função mais ou menos precisa a exercer no sistema do mundo.[12] Espírito é alma do antepassado, o defunto; espírito é aquele que convém para designar as personagens antepassadas com este marcou uma importância para o progresso na individualização das forças espirituais.

Para os totemistas, Deus é um ser imortal e eterna que não deriva de nenhum outro. Um que é atribuído de poderes sobre os astros, Deus que regula o sol, a lua e o vento; que faz brotar o relâmpago do meio da nuvem e quem lança raios. Ele é trovão está ligado com a chuva é a Ele que nos dirigimos quando nos falta água ou quando a chuva cai de forma exagerada; Ele é espécie de criador e pai dos homens.[13]

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



[1] www. https://pt.wikipedia.org/wiki/Totem

[2] Enciclopedia pg 1744

[3] https://www.afreaka.com.br/o-fundo-tradicional-do-mundo-contemporaneo/

[4] Marguerite-Marie Thiollier., Dicionário das religiões , editora perpétuo Socorro, pg 351

[5] J.Martin Velasco, Introducion a la fenomenologia de la religion; edição Cristiandad, 1978 pp 37

[6] Marguerite-Marie Thiollier., Dicionário das religiões , editora perpétuo Socorro, pg 228

[7] https://en.wikipedia.org/wiki/The_Fortnightly_Review/Edward Spencer Beesly 13.03.2015 20:16

[8] [8]ABBAGNANO Nicola, Dicionário de Filosofia, 2ª edição, São Paulo, 1982.Pg 927

[9] Todas as características do totemismo o grupo viu que são importantes por isso fez uma citação completa do livro Pe. Francisco LermaMatinez, Religioes Africanas hoje, 2ª ed. Matola 1997, pags. 78,79,80,81.

 

[10]Pp 170-176

[11]DURKHEIN Émile, As formas elementares de vida religiosa, ed. Paulinas, São Paulo, 1989.

Pg.139-462

 

[12] DURKHEIN Émile, As formas elementares de vida religiosa, ed. Paulinas, São Paulo, 1989. Pg.139-462

[13] Ibidem